Empresas de bioinsumos mostram suas tecnologias na AgroBrasília
Trabalhar com o solo requer preparo. Cuidados estratégicos garantem uma colheita de melhor qualidade e quantidade. Essa etapa tão importante está contemplada em um setor exclusivo de insumos na AgroBrasília 2023. Quem chega à Feira pelos três primeiros portões logo encontra os estandes de diversos expositores de bioinsumos. Na visitação, é possível conhecer lançamentos de produtos elaborados por grandes marcas com tecnologia de ponta.
Os bioinsumos estão cada vez mais populares entre produtores brasileiros. E quem busca um produto biológico eficaz e sustentável pode adquirir com ajuda de crédito bancário. O banco Itaú, por exemplo, anunciou uma nova linha de crédito rural para esse fim. Serão disponibilizados R$ 500 milhões até o fim do ano, para a compra de insumos biológicos para a safra 2023/2024.
Inovação e proteção
Há doze anos no Brasil, a holandesa Koppert trouxe para a AgroBrasília o Terranem. O produto é o carro-chefe da marca na Feira, apresentado como o bioinsumo mais inovador da temporada, segundo a representante da Koppert Natália Rodrigues. Ela explica que o produto é baseado em bionematoides – que vêm de nematoides, aqueles vermes naturalmente presentes no solo, que podem reduzir a produtividade.
Na fórmula alcançada pela Koppert, os nematoides são usados para o bem. Eles penetram nas aberturas naturais de insetos e transformam o tecido do hospedeiro em alimento. "A gente quer apresentar o que há de melhor para o nosso cliente. Por isso, buscamos oferecer um catálogo de produtos bem amplo, que abranja as mais diferentes culturas", destaca Natália.
Entre microbiológicos para controle de pragas, a Koppert conta com a dupla proteção do Trichodermil, que controla fungos e nematoides. Já o Caravan é um biofungicida voltado ao final de ciclo.
Maior disseminação
A empresa Agrivale dissemina os bioinsumos há 20 anos. O início foi desafiador, mas a receptividade tem aumentado, segundo o diretor de Marketing da empresa, Luiz Micelli. O propósito é avançar com sustentabilidade. “Buscamos a regeneração do solo como um todo e trabalhar a sustentabilidade do negócio em toda a cadeia, não só satisfazendo as necessidades do produtor, mas também trazendo ferramentas amigáveis ao homem e ao meio ambiente", pondera Luiz.
Estudos feitos em solos demonstram que, quanto maior o uso de bioinsumos, maior a sustentabilidade, a durabilidade e a produtividade da terra. Considerando esses fatores, atualmente a Agrivale oferece para todas as regiões do país uma linha completa, com bionematicida, biofungicida de solo, biofungicida folear e bioinseticida.
Segurança e eficiência
A elaboração desse tipo de produto biológico requer alta tecnologia. Ainda assim, no mercado, o produto costuma ser mais barato do que um defensivo convencional. Só não substitui, ainda, o herbicida, como explica o CEO da empresa Moara Bioinsumos, Luiz Fernando Sibut.
"A principal vantagem é utilizar um produto polivalente, que controla uma maior quantidade de pragas, mas que não é agressivo ao meio ambiente por ser elaborado com micro-organismos do próprio meio, manipulados em laboratório", explica Sibut.
O nome Moara vem de origem indígena e significa "ajudar a nascer". Conceito defendido pela empresa, que tem princípios claros de proteção à vida. Na AgroBrasília, a Moara participa do estande inédito voltado para pulses, que fica na área da Feira reservada à Agricultura Familiar. Ali, são apresentados os resultados obtidos com pulses, que são culturas de grãos para sopa grossa – que dão caldo grosso – e que passaram por procedimentos no cultivo com uso de bioinsumos.
No mercado há dois 2 anos e dez meses, a empresa brasiliense conta com laboratórios e biorreatores próprios para trabalhar os micro-organismos, com processos controlados de temperatura, umidade, oxigênio e PH. "Tudo isso serve para que a gente tenha um produto bem formulado e com alta eficiência no campo", finaliza o CEO.