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27.05.2023 | Por: administrador

1º Encontro de Mulheres Rurais, realizado na AgroBrasília, discute participação da mulher no agro

A presença das mulheres no campo é uma realidade. Mas estar à frente dos negócios ainda é um desafio. Para ampliar essa participação, a AgroBrasília reuniu pecuaristas e agricultoras da região para debater soluções e um maior engajamento. 

Uma das participantes foi a superintendente da Secretaria Federal da Agricultura, do Ministério da Agricultura e Pecuária, Jane Batista. Com 17 anos de atividades e experiência no agro, Jane é a primeira mulher a ocupar o cargo no órgão federal. 

Para a gestão, ela busca mais proximidade com os produtores rurais. "É muito importante esse trabalho junto à mulher no agro. Com nosso apoio, esse desenvolvimento terá ainda mais chances de crescimento", explica a superintendente.

Entre as palestrantes, a presidente da Comissão Nacional das Mulheres no Agro da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Stephanie Ferreira, reforçou essa ideia. "Nós somos essenciais para o sistema do agronegócio. Todo mundo sabe", afirmou Stephanie. Membro da comissão, a presidente do Sindicato dos Floricultores, Fruticultores e Horticultores do Distrito Federal (SINDIFHORT), Sandra Vitoriano, destacou a necessidade de formar lideranças. Há 25 anos no agro, a também cantora de sertanejo revelou já ter superado dificuldades ao se lançar em espaços antes ocupados majoritariamente por homens.

A capacitação é uma frente levantada pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), organizadora da AgroBrasília. Contemplou não apenas conteúdo técnico, mas também sobre saúde e habilidades emocionais, abordado por especialistas. 

Uma novidade foi a apresentação do podcast AgroPink, com informações voltadas para mulheres do campo. A analista e gestora de projetos Kátia Cristina Magalhães falou de empreendedorismo feminino e apresentou o programa Sebrae-DF Delas. "Empreender também é negócio de mulher, principalmente no agronegócio", defendeu. O objetivo do programa é promover autonomia financeira. "Com renda própria, as mulheres não dependem de terceiros para sobreviver e, assim, se afastam da violência", acrescentou. O incentivo é para que as mulheres trabalhem em rede, uma puxando a outra, o que, segundo Kátia, já vem acontecendo. 

Perfil

No Brasil, o perfil dessas ruralistas é de 60% de graduadas com nível superior e ocupando postos de liderança. "No Distrito Federal, 5% das mulheres são donas de propriedades rurais. É pouco, mas estamos cada vez mais conquistando espaços no campo", detalhou a gestora. 

Até julho estão abertas as inscrições para o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. É o reconhecimento do trabalho e empenho das mulheres no campo. Na edição de 2022, uma produtora do Distrito Federal ficou entre as 15 selecionadas em nível nacional. 

Outro pilar apresentado no evento é gestão da carreira. A professora e instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-DF) Hallyny Guedes destacou habilidades em comunicação e falou sobre cuidado com emoções. A manhã de debates teve organização da instituição.

A gerente técnica do Senar, Paola Pimentel, convidou todas a participarem das diversas capacitações oferecidas. São cursos curtos, que variam de 8 a 40 horas de duração. É possível obter certificado na área de horticultura, floricultura e até como tratorista. "Queremos despertar o empreendedorismo das mulheres", afirmou Paola. 
O encontro também será continuado. A comissão pretende mapear lideranças não só do Distrito Federal, mas também do Goiás e de outras regiões, para estimular a união voltada para negócios.

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