Falta soja e preço é recorde no Brasil
A grande escassez de matéria-prima para as indústrias esmagadoras de soja, principalmente do Rio Grande do Sul, está provocando preços recordes na atual temporada da safra de soja 2019/20. “Uma das causas desta alta foi a grande seca ocorrida naquele estado, mas que não impediu que fosse destinado um grande volume para exportação, parte do qual já havia sido contratada durante o plantio, mas também depois da colheita, quando já se sabia da quebra no estado”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
Nestas ocasiões, dizem os analistas, aparece um “sinal de amadurecimento do mercado, que busca o melhor preço para o vendedor (na exportação, por exemplo) e depois se buscar matéria-prima fora do país, a preços compatíveis. As indústrias gaúchas não deixaram de participar (e vencer) leilões de fornecimento de biodiesel e de abastecer as fábricas de ração e as indústrias de carnes do estado, porque também estas foram beneficiadas com a elevação do dólar na venda de carnes”.
“Em outros tempos se proibiriam exportações em nome do abastecimento do mercado interno (este, aliás, foi o grande erro da Argentina na era do Kirchnerismo, com graves consequências sobre a sua balança comercial e o seu lastro de dólares, principal razão de toda a crise econômica que atravessa)”, analisa a T&F.
O que conseguimos ver no horizonte sobre o mercado de soja a curto e médio prazos é o seguinte:
Fatores de alta
*Pouquíssima disponibilidade de produto nacional
*Preços altos das importações para abastecer o mercado interno
*Dólar elevado a curto prazo
*Chicago 1: compras da China nos EUA elevam cotações
*Chicago 2: Piora das condições das lavouras americanas afeta cotações
Fatores de baixa
*Estudo sobre redução de TEC – a soja importadas entraria no país sem o pagamento de impostos
*Volume das importações, estimadas em 1,0 milhão de toneladas
*Possibilidade de o dólar recuar a médio e longo prazo, cf. Relatório Focus
FONTE: AGROLINK